quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Por nove votos a zero, STJD mantém resultado de Inter x Palmeiras

Auditores negam pedido de impugnação da vitória colorada por 2 a 1 em julgamento de duas horas. Verdão continua sob sério risco de rebaixamento

Por Fred Huber Rio de Janeiro
1596 comentários
Depois de uma sessão cansativa e que durou mais de duas horas, o STJD decidiu manter a vitória do Internacional por 2 a 1 sobre o Palmeiras, dia 27 de outubro, pelo Campeonato Brasileiro. O Verdão entrou com pedido de impugnação da partida com a alegação de que um gol de mão de Barcos teria sido anulado com ajuda de recursos externos – algo proibido pela Fifa (assista ao vídeo). Por nove votos a zero, os auditores e o presidente Flávio Zveiter negaram o pedido dos palmeirenses.

A decisão tomada nesta quinta-feira não é passível de recurso, e por isso o clube paulista terá de acatar a definição dos tribunais. Dessa forma, a CBF vai retirar o asterisco que consta na tabela do Brasileirão. O Inter continua com 51 pontos, na sexta posição, enquanto o Palmeiras fica com 33, a sete de sair da zona de rebaixamento, faltando quatro rodadas para o término da disputa por pontos corridos.
Apesar de todos os esforços do Palmeiras, os auditores do STJD consideraram que não houve provas suficientes que mostrassem a interferência do delegado Gerson Baluta na anulação do gol. O clube paulista se baseava no depoimento de uma repórter, que teria sido interpelada por Baluta para falar se o gol tinha ou não sido irregular. Além disso, o Tribunal rejeitou todo o material reunido pelos advogados alviverdes - recortes de jornais e um vídeo com leitura labial do árbitro após o lance - alegando que tais provas foram apresentadas apenas nesta quinta-feira, o que poderia significar uma vantagem ao Verdão.
– Se essa partida for remarcada, quem vai apitar? Vai ser portão fechado? Porque vai dar morte. Anular a partida é um absurdo – afirmou o procurador Paulo Schmitt.
O árbitro Francisco Carlos Nascimento comemorou o desfecho da história.
– Feliz com o resultado. Agradeço a quem me deu apoio, como a Comissão de Arbitragem e meus familiares. Agradecer aos que não duvidaram da minha palavra.

O Verdão enviou uma comitiva ao Rio de Janeiro para acompanhar o julgamento. Além de Barcos, que deu seu depoimento sobre o lance, estavam presentes o presidente Arnaldo Tirone e o gerente de futebol César Sampaio. O Inter foi representado pelo advogado Daniel Cravo, que estava satisfeito com a manutenção do placar do jogo.
– É um resultado que já esperávamos, não trabalhávamos com outra hipótese. Acho que a presença dos árbitros foi determinante também. Não houve divergências. Não havia nenhuma prova para o que o Palmeiras alegava. Diziam que uma repórter havia falado com o delegado, e que isto, em efeito cascata, teria influenciado na decisão de anular o gol. Isso não foi provado.

O julgamento
Às 11h12m, o presidente Flávio Zveiter declarou aberta a sessão do Tribunal Pleno do STJD. Logo de cara, um baque para o Palmeiras: o relator Ronaldo Botelho indeferiu documentos apresentados de "última hora" como evidências alviverdes para tentar anular o jogo. Entre as provas indeferidas, está a leitura labial contratada pelo clube para desvendar o diálogo entre os árbitros. Sendo assim, apenas as testemunhas e os vídeos puderam ser usados.

O julgamento começou com os depoimentos das testemunhas. O advogado José Mauro do Couto, do Palmeiras, apresentou o vídeo com o lance polêmico, com imagens da TV Bandeirantes. Na transmissão, a repórter Taynah Espinoza disse que o delegado do jogo, Gerson Baluta, perguntou aos repórteres se o gol de Barcos foi ou não com a mão. O lance foi repetido à exaustão, também com imagens da TV Globo.
barcos julgamento palmeiras (Foto: Ralff Santos / Futura Press / Agência Estado)Barcos no julgamento, acompanhado de César Sampaio (Foto: Ralff Santos / Futura Press / Agência Estado)
Às 11h47m, Barcos foi chamado para dar seu depoimento. Ele admitiu que tocou com a mão na bola, mas só o fez porque foi puxado pelo zagueiro Índio e teria sofrido pênalti. Indagado pelo procurador Paulo Schmitt, o Pirata disse que não ouviu em campo qualquer comentário sobre a possível interferência externa para anular o gol – e ainda disse que comemorou o gol como sendo dele próprio, e não de Maurício Ramos, que também estava na jogada.
barcos julgamento palmeiras (Foto: Fred Huber/Globoesporte.com)Arbitragem também presente no STJD
(Foto: Fred Huber/Globoesporte.com)
Logo depois, foi a vez de o árbitro Francisco Carlos Nascimento falar, em argumentação que já era esperada. Ele disse que realmente validou o gol de Barcos por achar que tinha sido de cabeça, mas que logo recebeu a comunicação do quarto árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima. E disse ter consciência de que os árbitros não podem receber informações externas. O longo tempo de paralisação, segundo ele, foi por causa das reclamações dos dois times.
– Acho que não demorou mais do que 12 segundos (o chamado do quarto árbitro). Acho que a partida ficou uns cinco minutos parada. Houve tumulto por causa da reclamação dos jogadores – disse Francisco Carlos Nascimento.

O juiz ainda sustentou que não deu cartão amarelo para Barcos porque o quarto árbitro não conseguiu ver com clareza quem havia tocado com a mão na bola. Nascimento questionou Jean Pierre sobre o autor da infração, mas ele não soube responder. Sobre a súmula, que relatou que "nada houve de anormal", os árbitros afirmaram que os lances técnicos não são registrados no documento, só casos disciplinares.

Na sequência, Jean Pierre e o delegado Gerson Baluta também deram depoimentos sustentando a tese de que o gol anulado não teve qualquer interferência externa. Baluta, inclusive, citou que jamais permitiu que um monitor de TV ficasse perto do campo – ele diz já ter retirado um aparelho em um jogo do Vasco, em São Januário. Já o quarto árbitro afirmou que viu um "jogador de branco" tocando com a mão na bola, e que a decisão da anulação foi exclusivamente dele.
Mais de uma hora após o início da sessão, às 12h35m, os advogados dos dois clubes fizeram suas defesas. Cada um teve 15 minutos de explanação – José Mauro do Couto, pelo Palmeiras, e Daniel Cravo, pelo Inter. Por fim, o procurador Paulo Schmitt deu seu depoimento com contundência. Para ele, anular o jogo seria um absurdo, já que o Palmeiras estaria pedindo a impugnação só por estar em situação complicada no Campeonato Brasileiro.

– Se isso acontecer, tem de pegar o boné e ir embora – disse.

Passadas duas horas de julgamento, a votação começou. O relator Ronaldo Botelho disse que não havia como provar que o delegado teve interferência na anulação do gol, apesar de depoimentos sugerirem o contrário. Todos os outros auditores acompanharam o voto de Ronaldo, acabando com as esperanças palmeirenses. Flávio Zveiter deu o voto final, construindo o placar de nove a zero pela manutenção do resultado.

Por nove votos a zero, STJD mantém resultado de Inter x Palmeiras


Auditores negam pedido de impugnação da vitória colorada por 2 a 1 em julgamento de duas horas. Verdão continua sob sério risco de rebaixamento

Por Fred Huber Rio de Janeiro
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Depois de uma sessão cansativa e que durou mais de duas horas, o STJD decidiu manter a vitória do Internacional por 2 a 1 sobre o Palmeiras, dia 27 de outubro, pelo Campeonato Brasileiro. O Verdão entrou com pedido de impugnação da partida com a alegação de que um gol de mão de Barcos teria sido anulado com ajuda de recursos externos – algo proibido pela Fifa (assista ao vídeo). Por nove votos a zero, os auditores e o presidente Flávio Zveiter negaram o pedido dos palmeirenses.

A decisão tomada nesta quinta-feira não é passível de recurso, e por isso o clube paulista terá de acatar a definição dos tribunais. Dessa forma, a CBF vai retirar o asterisco que consta na tabela do Brasileirão. O Inter continua com 51 pontos, na sexta posição, enquanto o Palmeiras fica com 33, a sete de sair da zona de rebaixamento, faltando quatro rodadas para o término da disputa por pontos corridos.
Apesar de todos os esforços do Palmeiras, os auditores do STJD consideraram que não houve provas suficientes que mostrassem a interferência do delegado Gerson Baluta na anulação do gol. O clube paulista se baseava no depoimento de uma repórter, que teria sido interpelada por Baluta para falar se o gol tinha ou não sido irregular. Além disso, o Tribunal rejeitou todo o material reunido pelos advogados alviverdes - recortes de jornais e um vídeo com leitura labial do árbitro após o lance - alegando que tais provas foram apresentadas apenas nesta quinta-feira, o que poderia significar uma vantagem ao Verdão.
– Se essa partida for remarcada, quem vai apitar? Vai ser portão fechado? Porque vai dar morte. Anular a partida é um absurdo – afirmou o procurador Paulo Schmitt.
O árbitro Francisco Carlos Nascimento comemorou o desfecho da história.
– Feliz com o resultado. Agradeço a quem me deu apoio, como a Comissão de Arbitragem e meus familiares. Agradecer aos que não duvidaram da minha palavra.

O Verdão enviou uma comitiva ao Rio de Janeiro para acompanhar o julgamento. Além de Barcos, que deu seu depoimento sobre o lance, estavam presentes o presidente Arnaldo Tirone e o gerente de futebol César Sampaio. O Inter foi representado pelo advogado Daniel Cravo, que estava satisfeito com a manutenção do placar do jogo.
– É um resultado que já esperávamos, não trabalhávamos com outra hipótese. Acho que a presença dos árbitros foi determinante também. Não houve divergências. Não havia nenhuma prova para o que o Palmeiras alegava. Diziam que uma repórter havia falado com o delegado, e que isto, em efeito cascata, teria influenciado na decisão de anular o gol. Isso não foi provado.

O julgamento
Às 11h12m, o presidente Flávio Zveiter declarou aberta a sessão do Tribunal Pleno do STJD. Logo de cara, um baque para o Palmeiras: o relator Ronaldo Botelho indeferiu documentos apresentados de "última hora" como evidências alviverdes para tentar anular o jogo. Entre as provas indeferidas, está a leitura labial contratada pelo clube para desvendar o diálogo entre os árbitros. Sendo assim, apenas as testemunhas e os vídeos puderam ser usados.

O julgamento começou com os depoimentos das testemunhas. O advogado José Mauro do Couto, do Palmeiras, apresentou o vídeo com o lance polêmico, com imagens da TV Bandeirantes. Na transmissão, a repórter Taynah Espinoza disse que o delegado do jogo, Gerson Baluta, perguntou aos repórteres se o gol de Barcos foi ou não com a mão. O lance foi repetido à exaustão, também com imagens da TV Globo.
barcos julgamento palmeiras (Foto: Ralff Santos / Futura Press / Agência Estado)Barcos no julgamento, acompanhado de César Sampaio (Foto: Ralff Santos / Futura Press / Agência Estado)
Às 11h47m, Barcos foi chamado para dar seu depoimento. Ele admitiu que tocou com a mão na bola, mas só o fez porque foi puxado pelo zagueiro Índio e teria sofrido pênalti. Indagado pelo procurador Paulo Schmitt, o Pirata disse que não ouviu em campo qualquer comentário sobre a possível interferência externa para anular o gol – e ainda disse que comemorou o gol como sendo dele próprio, e não de Maurício Ramos, que também estava na jogada.
barcos julgamento palmeiras (Foto: Fred Huber/Globoesporte.com)Arbitragem também presente no STJD
(Foto: Fred Huber/Globoesporte.com)
Logo depois, foi a vez de o árbitro Francisco Carlos Nascimento falar, em argumentação que já era esperada. Ele disse que realmente validou o gol de Barcos por achar que tinha sido de cabeça, mas que logo recebeu a comunicação do quarto árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima. E disse ter consciência de que os árbitros não podem receber informações externas. O longo tempo de paralisação, segundo ele, foi por causa das reclamações dos dois times.
– Acho que não demorou mais do que 12 segundos (o chamado do quarto árbitro). Acho que a partida ficou uns cinco minutos parada. Houve tumulto por causa da reclamação dos jogadores – disse Francisco Carlos Nascimento.

O juiz ainda sustentou que não deu cartão amarelo para Barcos porque o quarto árbitro não conseguiu ver com clareza quem havia tocado com a mão na bola. Nascimento questionou Jean Pierre sobre o autor da infração, mas ele não soube responder. Sobre a súmula, que relatou que "nada houve de anormal", os árbitros afirmaram que os lances técnicos não são registrados no documento, só casos disciplinares.

Na sequência, Jean Pierre e o delegado Gerson Baluta também deram depoimentos sustentando a tese de que o gol anulado não teve qualquer interferência externa. Baluta, inclusive, citou que jamais permitiu que um monitor de TV ficasse perto do campo – ele diz já ter retirado um aparelho em um jogo do Vasco, em São Januário. Já o quarto árbitro afirmou que viu um "jogador de branco" tocando com a mão na bola, e que a decisão da anulação foi exclusivamente dele.
Mais de uma hora após o início da sessão, às 12h35m, os advogados dos dois clubes fizeram suas defesas. Cada um teve 15 minutos de explanação – José Mauro do Couto, pelo Palmeiras, e Daniel Cravo, pelo Inter. Por fim, o procurador Paulo Schmitt deu seu depoimento com contundência. Para ele, anular o jogo seria um absurdo, já que o Palmeiras estaria pedindo a impugnação só por estar em situação complicada no Campeonato Brasileiro.

– Se isso acontecer, tem de pegar o boné e ir embora – disse.

Passadas duas horas de julgamento, a votação começou. O relator Ronaldo Botelho disse que não havia como provar que o delegado teve interferência na anulação do gol, apesar de depoimentos sugerirem o contrário. Todos os outros auditores acompanharam o voto de Ronaldo, acabando com as esperanças palmeirenses. Flávio Zveiter deu o voto final, construindo o placar de nove a zero pela manutenção do resultado.

Ronaldinho x Fla: processo é suspenso para tentativa de acordoMeia do Galo cobra R$ 55 milhões do clube carioca. Em 15 dias, partes precisam informar se há acordo. Se não houver, juíza marca nova audiência Por Vicente Seda Rio de Janeiro 522 comentários A primeira audiência do litígio entre Ronaldinho Gaúcho e Flamengo chegou ao fim, na manhã desta quinta-feira, na sede do Tribunal Regional do Trabalho do Rio (TRT-RJ) sem uma solução. A juíza da 9ª Vara do Trabalho, Adriana Leandro de Souza Freitas, suspendeu o processo e estipulou um prazo de 15 dias para que as partes cheguem a um acordo. Se não houver consenso, será marcada nova audiência. Não foi apresentada qualquer prova pelos advogados do clube e do jogador, o que só será permitido depois desse prazo. Os defensores do jogador reclamaram de xingamentos a Ronaldinho por parte de advogados impedidos de assistir à audiência. Ronaldinho Gaúcho foi representado pela advogada Gislaine Nunes, que cuida da ação de R$ 40 milhões por rompimento dos contratos de trabalho e de cessão de imagem, e pelo advogado Sérgio Queiroz, responsável pela ação por danos morais com pedido de indenização de R$ 15 milhões. O clube foi representado por Marcos Motta e Bichara Neto. Indagado sobre o motivo da contratação de advogados de fora da Gávea, o diretor jurídico do Flamengo, Rafael De Piro, não respondeu se teve relação com o fato de ser especialista na área criminal. Através da assessoria do clube, informou somente que está fora do Rio a trabalho e que o Flamengo está bem representado pelos escritórios contratados. Ele disse ainda que está acompanhando todo o processo e a estratégia montada pelos advogados. Sobre a audiência, que durou 40 minutos, Motta esclareceu. - O processo está suspenso por 15 dias para que as partes entrem em acordo. Dentro desses 15 dias as partes têm de informar à juíza (Adriana Leandro de Souza Freitas) se houve ou não acordo. Não havendo acordo, a juíza vai marcar outra audiência. Ronaldinho julgamento Flamengo acordo (Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo)Ronaldinho causa alvoroço ao deixar o Tribunal (Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo) Ronaldinho, que estava acompanhado do irmão e empresário Assis, além dos advogados Sérgio Queiroz e Gislaine Nunes, deixou o tribunal em meio a muita confusão. Advogados e partes de outros processos se misturavam a jornalistas e curiosos aglomerados na porta de saída da sala de audiências. Mesmo no balcão de atendimento da 9ª Vara do Trabalho houve tumulto quando o jogador apareceu, antes de se dirigir para a audência. As câmeras fizeram com que Ronaldinho buscasse rápido refúgio no banheiro, saindo minutos depois para o encontro com os representantes rubro-negros. O empurra-empurra na saída irritou Assis, mas provocou risos no meia-atacante do Atlético-MG. - Estou tranquilo, a audiência foi bem tranquila. Por mim, tem acordo, mas vamos aguardar porque me pediram para ficar calado - limitou-se a dizer o jogador na saída do TRT-RJ, referindo-se ao segredo de Justiça do processo. Estou tranquilo, a audiência foi bem tranquila. Por mim, tem acordo, mas vamos aguardar porque me pediram para ficar calado" Ronaldinho Porém, nem tudo correu em absoluta tranquilidade. De acordo com Beny Sendrovich, presidente da Associação de Advogados Desportivistas do Brasil (Aadebras), que acompanhou a audiência ao lado de Gislaine, Ronaldinho foi insultado por advogados que aguardavam do lado de fora e não tiveram acesso à 9ª Vara do Trabalho. Segundo Sendrovich, o jogador foi chamado de "mercenário" e "dentuço". O atleta teve oito seguranças particulares à disposição e contou com esquema especial para entrar no tribunal, pela garagem. Com receio do tumulto, Gislaine também levou quatro seguranças pessoais para garantir sua integridade. O advogado Aldo Giovani Kurle não faz mais parte da equipe que conduz o processo por parte do atleta. - A audiência transcorre em segredo de Justiça. Mas foi em absoluta tranquilidade. O que ameaçou essa tranquilidade foi a quantidade de pessoas que apareceu, nunca vi aquele número de advogados. A juíza limitou o número de pessoas que poderiam ter acesso. Não houve nenhuma evolução, houve um adiamento da audiência - disse Sendrovich, que atendeu o celular de Gislaine e falou em nome da advogada. 'Tiro de canhão' permanece um mistério ronaldinho gaúcho assis audiência flamengo (Foto: Vicente Seda / GLOBOESPORTE.COM)Assis também esteve presente ao TRT-RJ (Foto: Vicente Seda / GLOBOESPORTE.COM) Questionado sobre o "tiro de canhão" que o Flamengo afirmou ter logo após a rescisão unilateral obtida por Ronaldinho na Justiça do Trabalho, no dia 31 de maio, Sendrovich afirmou que desconhece o teor do material que o clube alega possuir. Explicou que, como houve um prazo para acordo, a juíza não aceitou que qualquer prova ou defesa fosse juntada ao processo neste momento, o que deverá acontecer se não houver consenso nos próximos 15 dias. - Não houve ainda apresentação de nenhum dos documentos. A juíza por enquanto nem recebeu os documentos. Ninguém viu esse dossiê, ninguém teve acesso. Isso será juntado no dia em que for marcada a audiência. Ela suspendeu tudo para que as partes tentem compor. Sendrovich falou ainda sobre os xingamentos a Ronaldinho e o esquema de segurança montado para a ida do jogador ao tribunal. - A Gislaine se sentiu bastante ameaçada na saída da sala de audiência, com insultos, agressões, empurrões. E insultos não por pessoas leigas, por advogados. Foram direcionados ao jogador, empurrando, chamando de dentuço, de mercenário. Uma deselegância que não poderia partir de advogados. Esse é o papel da Aadebras. Ficamos muito chateados com o comportamento dos colegas. Pessoalmente, não ofenderam a Gislaine. Ela teve um grupo de quatro seguranças, o Ronaldinho veio com oito. Os advogados de ambos os lados afirmaram que não chegaram a falar em valores para um possível acordo na audiência. Gislaine Nunes disse na quarta-feira que houve diversas tentativas de acordo antes do encontro no TRT, a última delas na semana passada, mas todas sem sucesso. Somadas, as duas ações movidas pelo jogador chegam a R$ 55 milhões (saiba mais sobre o caso). O processo com valor de R$ 40 milhões se refere à rescisão unilateral dos contratos de trabalho e de cessão da imagem do jogador, que cobra multa por quebra do acordo. A outra ação busca R$ 15 milhões por danos morais, em função de declarações dadas por dirigentes do clube e que o atleta considerou ofensivas à sua imagem após sua saída do Rubro-Negro.Meia do Galo cobra R$ 55 milhões do clube carioca. Em 15 dias, partes precisam informar se há acordo. Se não houver, juíza marca nova audiência Por Vicente Seda Rio de Janeiro 522 comentários A primeira audiência do litígio entre Ronaldinho Gaúcho e Flamengo chegou ao fim, na manhã desta quinta-feira, na sede do Tribunal Regional do Trabalho do Rio (TRT-RJ) sem uma solução. A juíza da 9ª Vara do Trabalho, Adriana Leandro de Souza Freitas, suspendeu o processo e estipulou um prazo de 15 dias para que as partes cheguem a um acordo. Se não houver consenso, será marcada nova audiência. Não foi apresentada qualquer prova pelos advogados do clube e do jogador, o que só será permitido depois desse prazo. Os defensores do jogador reclamaram de xingamentos a Ronaldinho por parte de advogados impedidos de assistir à audiência. Ronaldinho Gaúcho foi representado pela advogada Gislaine Nunes, que cuida da ação de R$ 40 milhões por rompimento dos contratos de trabalho e de cessão de imagem, e pelo advogado Sérgio Queiroz, responsável pela ação por danos morais com pedido de indenização de R$ 15 milhões. O clube foi representado por Marcos Motta e Bichara Neto. Indagado sobre o motivo da contratação de advogados de fora da Gávea, o diretor jurídico do Flamengo, Rafael De Piro, não respondeu se teve relação com o fato de ser especialista na área criminal. Através da assessoria do clube, informou somente que está fora do Rio a trabalho e que o Flamengo está bem representado pelos escritórios contratados. Ele disse ainda que está acompanhando todo o processo e a estratégia montada pelos advogados. Sobre a audiência, que durou 40 minutos, Motta esclareceu. - O processo está suspenso por 15 dias para que as partes entrem em acordo. Dentro desses 15 dias as partes têm de informar à juíza (Adriana Leandro de Souza Freitas) se houve ou não acordo. Não havendo acordo, a juíza vai marcar outra audiência. Ronaldinho julgamento Flamengo acordo (Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo)Ronaldinho causa alvoroço ao deixar o Tribunal (Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo) Ronaldinho, que estava acompanhado do irmão e empresário Assis, além dos advogados Sérgio Queiroz e Gislaine Nunes, deixou o tribunal em meio a muita confusão. Advogados e partes de outros processos se misturavam a jornalistas e curiosos aglomerados na porta de saída da sala de audiências. Mesmo no balcão de atendimento da 9ª Vara do Trabalho houve tumulto quando o jogador apareceu, antes de se dirigir para a audência. As câmeras fizeram com que Ronaldinho buscasse rápido refúgio no banheiro, saindo minutos depois para o encontro com os representantes rubro-negros. O empurra-empurra na saída irritou Assis, mas provocou risos no meia-atacante do Atlético-MG. - Estou tranquilo, a audiência foi bem tranquila. Por mim, tem acordo, mas vamos aguardar porque me pediram para ficar calado - limitou-se a dizer o jogador na saída do TRT-RJ, referindo-se ao segredo de Justiça do processo. Estou tranquilo, a audiência foi bem tranquila. Por mim, tem acordo, mas vamos aguardar porque me pediram para ficar calado" Ronaldinho Porém, nem tudo correu em absoluta tranquilidade. De acordo com Beny Sendrovich, presidente da Associação de Advogados Desportivistas do Brasil (Aadebras), que acompanhou a audiência ao lado de Gislaine, Ronaldinho foi insultado por advogados que aguardavam do lado de fora e não tiveram acesso à 9ª Vara do Trabalho. Segundo Sendrovich, o jogador foi chamado de "mercenário" e "dentuço". O atleta teve oito seguranças particulares à disposição e contou com esquema especial para entrar no tribunal, pela garagem. Com receio do tumulto, Gislaine também levou quatro seguranças pessoais para garantir sua integridade. O advogado Aldo Giovani Kurle não faz mais parte da equipe que conduz o processo por parte do atleta. - A audiência transcorre em segredo de Justiça. Mas foi em absoluta tranquilidade. O que ameaçou essa tranquilidade foi a quantidade de pessoas que apareceu, nunca vi aquele número de advogados. A juíza limitou o número de pessoas que poderiam ter acesso. Não houve nenhuma evolução, houve um adiamento da audiência - disse Sendrovich, que atendeu o celular de Gislaine e falou em nome da advogada. 'Tiro de canhão' permanece um mistério ronaldinho gaúcho assis audiência flamengo (Foto: Vicente Seda / GLOBOESPORTE.COM)Assis também esteve presente ao TRT-RJ (Foto: Vicente Seda / GLOBOESPORTE.COM) Questionado sobre o "tiro de canhão" que o Flamengo afirmou ter logo após a rescisão unilateral obtida por Ronaldinho na Justiça do Trabalho, no dia 31 de maio, Sendrovich afirmou que desconhece o teor do material que o clube alega possuir. Explicou que, como houve um prazo para acordo, a juíza não aceitou que qualquer prova ou defesa fosse juntada ao processo neste momento, o que deverá acontecer se não houver consenso nos próximos 15 dias. - Não houve ainda apresentação de nenhum dos documentos. A juíza por enquanto nem recebeu os documentos. Ninguém viu esse dossiê, ninguém teve acesso. Isso será juntado no dia em que for marcada a audiência. Ela suspendeu tudo para que as partes tentem compor. Sendrovich falou ainda sobre os xingamentos a Ronaldinho e o esquema de segurança montado para a ida do jogador ao tribunal. - A Gislaine se sentiu bastante ameaçada na saída da sala de audiência, com insultos, agressões, empurrões. E insultos não por pessoas leigas, por advogados. Foram direcionados ao jogador, empurrando, chamando de dentuço, de mercenário. Uma deselegância que não poderia partir de advogados. Esse é o papel da Aadebras. Ficamos muito chateados com o comportamento dos colegas. Pessoalmente, não ofenderam a Gislaine. Ela teve um grupo de quatro seguranças, o Ronaldinho veio com oito. Os advogados de ambos os lados afirmaram que não chegaram a falar em valores para um possível acordo na audiência. Gislaine Nunes disse na quarta-feira que houve diversas tentativas de acordo antes do encontro no TRT, a última delas na semana passada, mas todas sem sucesso. Somadas, as duas ações movidas pelo jogador chegam a R$ 55 milhões (saiba mais sobre o caso). O processo com valor de R$ 40 milhões se refere à rescisão unilateral dos contratos de trabalho e de cessão da imagem do jogador, que cobra multa por quebra do acordo. A outra ação busca R$ 15 milhões por danos morais, em função de declarações dadas por dirigentes do clube e que o atleta considerou ofensivas à sua imagem após sua saída do Rubro-Negro.

Meia do Galo cobra R$ 55 milhões do clube carioca. Em 15 dias, partes precisam informar se há acordo. Se não houver, juíza marca nova audiência

Por Vicente Seda Rio de Janeiro
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A primeira audiência do litígio entre Ronaldinho Gaúcho e Flamengo chegou ao fim, na manhã desta quinta-feira, na sede do Tribunal Regional do Trabalho do Rio (TRT-RJ) sem uma solução. A juíza da 9ª Vara do Trabalho, Adriana Leandro de Souza Freitas, suspendeu o processo e estipulou um prazo de 15 dias para que as partes cheguem a um acordo. Se não houver consenso, será marcada nova audiência. Não foi apresentada qualquer prova pelos advogados do clube e do jogador, o que só será permitido depois desse prazo. Os defensores do jogador reclamaram de xingamentos a Ronaldinho por parte de advogados impedidos de assistir à audiência.
Ronaldinho Gaúcho foi representado pela advogada Gislaine Nunes, que cuida da ação de R$ 40 milhões por rompimento dos contratos de trabalho e de cessão de imagem, e pelo advogado Sérgio Queiroz, responsável pela ação por danos morais com pedido de indenização de R$ 15 milhões. O clube foi representado por Marcos Motta e Bichara Neto. Indagado sobre o motivo da contratação de advogados de fora da Gávea, o diretor jurídico do Flamengo, Rafael De Piro, não respondeu se teve relação com o fato de ser especialista na área criminal. Através da assessoria do clube, informou somente que está fora do Rio a trabalho e que o Flamengo está bem representado pelos escritórios contratados. Ele disse ainda que está acompanhando todo o processo e a estratégia montada pelos advogados. Sobre a audiência, que durou 40 minutos, Motta esclareceu.
- O processo está suspenso por 15 dias para que as partes entrem em acordo. Dentro desses 15 dias as partes têm de informar à juíza (Adriana Leandro de Souza Freitas) se houve ou não acordo. Não havendo acordo, a juíza vai marcar outra audiência.
Ronaldinho julgamento Flamengo acordo (Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo)Ronaldinho causa alvoroço ao deixar o Tribunal (Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo)
Ronaldinho, que estava acompanhado do irmão e empresário Assis, além dos advogados Sérgio Queiroz e Gislaine Nunes, deixou o tribunal em meio a muita confusão. Advogados e partes de outros processos se misturavam a jornalistas e curiosos aglomerados na porta de saída da sala de audiências. Mesmo no balcão de atendimento da 9ª Vara do Trabalho houve tumulto quando o jogador apareceu, antes de se dirigir para a audência. As câmeras fizeram com que Ronaldinho buscasse rápido refúgio no banheiro, saindo minutos depois para o encontro com os representantes rubro-negros. O empurra-empurra na saída irritou Assis, mas provocou risos no meia-atacante do Atlético-MG.
- Estou tranquilo, a audiência foi bem tranquila. Por mim, tem acordo, mas vamos aguardar porque me pediram para ficar calado - limitou-se a dizer o jogador na saída do TRT-RJ, referindo-se ao segredo de Justiça do processo.
Estou tranquilo, a audiência foi bem tranquila. Por mim, tem acordo, mas vamos aguardar porque me pediram para ficar calado"
Ronaldinho
Porém, nem tudo correu em absoluta tranquilidade. De acordo com Beny Sendrovich, presidente da Associação de Advogados Desportivistas do Brasil (Aadebras), que acompanhou a audiência ao lado de Gislaine, Ronaldinho foi insultado por advogados que aguardavam do lado de fora e não tiveram acesso à 9ª Vara do Trabalho. Segundo Sendrovich, o jogador foi chamado de "mercenário" e "dentuço". O atleta teve oito seguranças particulares à disposição e contou com esquema especial para entrar no tribunal, pela garagem. Com receio do tumulto, Gislaine também levou quatro seguranças pessoais para garantir sua integridade. O advogado Aldo Giovani Kurle não faz mais parte da equipe que conduz o processo por parte do atleta.
- A audiência transcorre em segredo de Justiça. Mas foi em absoluta tranquilidade. O que ameaçou essa tranquilidade foi a quantidade de pessoas que apareceu, nunca vi aquele número de advogados. A juíza limitou o número de pessoas que poderiam ter acesso. Não houve nenhuma evolução, houve um adiamento da audiência - disse Sendrovich, que atendeu o celular de Gislaine e falou em nome da advogada.
'Tiro de canhão' permanece um mistério
ronaldinho gaúcho assis audiência flamengo (Foto: Vicente Seda / GLOBOESPORTE.COM)Assis também esteve presente ao TRT-RJ
(Foto: Vicente Seda / GLOBOESPORTE.COM)
Questionado sobre o "tiro de canhão" que o Flamengo afirmou ter logo após a rescisão unilateral obtida por Ronaldinho na Justiça do Trabalho, no dia 31 de maio, Sendrovich afirmou que desconhece o teor do material que o clube alega possuir. Explicou que, como houve um prazo para acordo, a juíza não aceitou que qualquer prova ou defesa fosse juntada ao processo neste momento, o que deverá acontecer se não houver consenso nos próximos 15 dias.
- Não houve ainda apresentação de nenhum dos documentos. A juíza por enquanto nem recebeu os documentos. Ninguém viu esse dossiê, ninguém teve acesso. Isso será juntado no dia em que for marcada a audiência. Ela suspendeu tudo para que as partes tentem compor.
Sendrovich falou ainda sobre os xingamentos a Ronaldinho e o esquema de segurança montado para a ida do jogador ao tribunal.
- A Gislaine se sentiu bastante ameaçada na saída da sala de audiência, com insultos, agressões, empurrões. E insultos não por pessoas leigas, por advogados. Foram direcionados ao jogador, empurrando, chamando de dentuço, de mercenário. Uma deselegância que não poderia partir de advogados. Esse é o papel da Aadebras. Ficamos muito chateados com o comportamento dos colegas. Pessoalmente, não ofenderam a Gislaine. Ela teve um grupo de quatro seguranças, o Ronaldinho veio com oito.
Os advogados de ambos os lados afirmaram que não chegaram a falar em valores para um possível acordo na audiência. Gislaine Nunes disse na quarta-feira que houve diversas tentativas de acordo antes do encontro no TRT, a última delas na semana passada, mas todas sem sucesso. Somadas, as duas ações movidas pelo jogador chegam a R$ 55 milhões (saiba mais sobre o caso). O processo com valor de R$ 40 milhões se refere à rescisão unilateral dos contratos de trabalho e de cessão da imagem do jogador, que cobra multa por quebra do acordo. A outra ação busca R$ 15 milhões por danos morais, em função de declarações dadas por dirigentes do clube e que o atleta considerou ofensivas à sua imagem após sua saída do Rubro-Negro.